É consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa, e que ela irá determinar várias complicações na infância e na idade adulta.
Na infância, o manejo pode ser ainda mais difícil do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e disponibilidade dos pais, além da dificuldade de entendimento da criança quanto aos danos da obesidade à sua saúde. No Brasil, 01 em cada 03 crianças entre 05 e 09 anos está com peso acima do percentual recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Estudos revelam que grande parte das crianças e adolescentes obesos também terão obesidade na idade adulta. Este fato é ocorre porque além dos determinantes genéticos, as crianças tendem a manter os hábitos nutricionais inadequados e sócio-culturais dos pais, o que mantêm o ganho excessivo de peso. De acordo com alguns estudos, a chance de uma criança ser obesa é de 80% quando ambos os pais são obesos, e de 50%, quando apenas um dos genitores é obeso.
Essas crianças necessitam de um acompanhamento adequado e frequente para evitar riscos futuros à sua saúde, como a hipertensão arterial, alterações nos níveis de colesterol, alterações de glicemia, diabetes e doenças cardiovasculares. Os cuidados devem iniciar ainda nos primeiros meses de vida, ofertando leite materno exclusivo nos primeiros 06 meses de vida e posteriormente com alimentação complementar de forma adequada. Atualmente, as crianças e adolescentes consomem regularmente alimentos de alta densidade energética, com altos teores de carboidratos simples e lipídios, e de fácil acesso, como fast-foods, salgadinhos, refrigerantes, sucos artificiais, sanduíches, doces e outras guloseimas. O aumento da ingesta desses alimentos, a falta de horário para as refeições, e o sedentarismo são causas bem estabelecidas de ganho ponderal exagerado. Enfim, como a obesidade infantil está associada a um grande número de doenças crônicas e sequelas à médio e longo prazo, o caminho mais adequado é a prevenção. É necessário um acompanhamento multidisciplinar e participação dos pais e familiares para o combate da obesidade infantil.