Estudo prospectivo analisou 30 artigos publicados no PubMed entre 1990 e 2011, com uma média de acompanhamento de 6 anos de estudo.
Evidências sugerem que o peso da criança aos cinco anos de idade é um bom indicador à respeito da saúde futura da criança, e que a obesidade na infância aumenta a chance do desenvolvimento da obesidade na vida adulta.
Doenças cardiovasculares, Diabetes tipo II, neoplasias relacionadas à obesidade, osteoartrite e distúrbios psicológicos são algumas das complicações associadas à obesidade.
Os principais fatores de riscos significantes para sobrepeso infantil encontrados neste estudo foram: – Sobrepeso materno antes da gestação; peso infantil elevado ao nascimento; rápido ganho de peso infantil e fumar durante a gestação. Há um moderado fator protetor da amamentação durante o primeiro ano de vida.

SOBREPESO MATERNO PRÉ-GESTACIONAL: 03 estudos encontraram significativa associação entre sobrepeso materno antes da gestação e obesidade infantil, que variou entre 1,3 vezes a 4,2 vezes de aumento do risco associado.

– PESO INFANTIL AO NASCIMENTO: 07 estudos identificaram peso elevado ao nascimento como um potencial fator de risco como obesidade infantil, sendo que um dos estudos apontou um risco aumentado em 2,3 vezes para bebês com mais de 4.0 kg ao nascimento.

– RÁPIDO GANHO DE PESO: 06 estudos mostraram que um rápido ganho de peso no primeiro ano de vida está associado com o obesidade infantil. Um dos estudos demonstra que a cada 1 unidade de aumento no IMC da criança, entre o nascimento ao primeiro ano de vida, aumentou o risco de obesidade de crianças com 4 a 6 anos de idade em aproximadamente 2,2 vezes.

– FUMO MATERNO DURANTE A GESTAÇÃO: 7 estudos foram analisados e reveleram que crianças nascidas de mães que foram fumantes regulares durante a gestação apresentam 47% maior chance de serem sobrepesas comparadas com crianças que as mães não fumaram durante a gestação.

– INTRODUÇÃO A ALIMENTOS SÓLIDOS: 4 estudos reveleram associação entre introdução precoce de alimentos sólidos com sobrepeso infantil, sendo que um deles mostrou um risco 6,3 vezes maior da criança ser sobrepesa aos 3 anos de idade quando a introdução inicio antes de 4 meses de vida.

– FATORES QUE NÃO HOUVERAM CONSENSO: Aleitamento materno (10 estudos foram analisados, cinco mostram o aleitamento materno como fator de proteção para obesidade infantil, e outros cinco não revelou associação significativa. Não foi encontrado associação com sobrepeso infantil com idade materna, escolaridade materna, depressão materna ou etnia.

Artigo adaptado da fonte: Systematic review and meta-analyses of risk factors for childhood overweight identifiable during infancy. Arch Dis Child 2012;97:1019–1026.