Adrenarca precoce
A puberdade é a época em que o corpo sofre grandes mudanças e, de forma gradual, torna-se capaz de reproduzir sexualmente.
O que são desreguladores endócrinos
Desrreguladores endócrinos (ou disruptores endócrinos) são substâncias que podem
Criança pode ter colesterol elevado?
O colesterol, um tipo de lipídeo, é uma molécula essencial à vida
A baixa estatura na infância: desafios e escolhas – Parte 2
No artigo anterior discutimos sobre a baixa estatura, especialmente aquela relacionada à um padrão de baixa estatura familiar ou à um atraso no desenvolvimento. Para cuidar da baixa estatura, um endocrinologista pediatra poderá oferecer algumas opções de condutas e tratamentos: Acompanhamento: Apesar de poder se sentir mal ou sofrer bullying por causa de sua baixa altura, estudos mostram que o estresse psicológico nessas crianças e adolescentes não está, necessariamente, relacionado à baixa estatura em si. Outros estudos mostram que crianças e adultos com baixa estatura são psicologicamente saudáveis. Entretanto, pode ser que o estresse psicológico seja alto para a criança e para os pais, devendo-se considerar o acompanhamento por um psicoterapeuta e o tratamento com medicamentos. Tratamento com hormônio do crescimento (GH): pesquisas demonstram que o tratamento com GH aumenta a altura em aproximadamente 1 centímetro por ano de tratamento, em crianças com baixa estatura idiopática. A quantidade que seu filho irá crescer pode variar, dependendo da época de início do tratamento, de como está sua maturação óssea, se os pais são mais altos (tenderão a crescer mais), se os pais são mais baixos (tenderão a crescer menos). Entretanto, o tratamento com o GH possui algumas inconveniências: – Feito somente por aplicação subcutânea, significando 1 injeção todos os dias, que continuará até a conclusão do crescimento ou a obtenção de uma altura considerada satisfatória; – no Brasil, pelo SUS, o GH só é fornecido à pessoas com deficiência de GH comprovada ou que possuem doenças genéticas, como a Síndrome de Turner, por exemplo. Isso faz com que o tratamento fique caro para pacientes com baixa estatura idiopática, situação não coberta pelo SUS; Apesar de favorecer crianças e adolescentes com baixa estatura severa, os benefícios do tratamento medicamentoso para crianças saudáveis e não tão baixas ainda são controversos, já que elas podem, naturalmente, atingir a altura desejada na vida adulta. Portanto: tentar aumentar a altura da criança será um balanço entre os custos e os benefícios do tratamento. Também deverá ser considerado o histórico familiar e se o tratamento melhorar a saúde mental da criança e do adolescente, que podem se sentir prejudicados pela baixa estatura. Para saber mais: Artigo científico: Short Stature in Childhood – Challenges and Choices. Revista científica: The New England Journal of Medicine. Publicado em março de 2013.
A baixa estatura na infância: desafios e escolhas – Parte 1
A baixa estatura da criança pode ser uma preocupação para os pais. Normalmente, os pais notam que seus filhos são menores do que seus amigos ou então mais baixos que crianças da família que têm uma idade parecida. Além disso, os pais percebem que a baixa estatura da criança se tornou um problema quando seu filho sofre bullying por causa de seu tamanho. Além de querer que seu filho cresça normalmente, os pais também ficam preocupados se a baixa estatura será um problema para a vida social, psicológica e a carreira profissional de seu filho no futuro. A avaliação da baixa estatura de uma criança é complexa e normalmente quem investiga seus motivos é um endocrinologista pediatra. São considerados vários fatores, entre eles: – se a altura da criança realmente está mais baixa segundo padrões ajustados para o gênero, a idade e também a população do país em que vive; – se a taxa de crescimento (ou seja, o quanto a criança cresce por um período de tempo) está muito devagar; – qual é a altura de sua mãe e seu pai, e também a altura observada em geral na família; – as proporções do corpo. O endocrinologista pediatra também poderá investigar se há deficiência de hormônio do crescimento (GH), hipotireodismo, síndrome de Turner ou outras doenças que possam estar inibindo o crescimento da criança. Para chegar a um diagnóstico leva-se em consideração a avaliação da criança no consultório, exames de imagens e testes laboratoriais. É comum que, após essa investigação detalhada, algumas crianças receba o diagnóstico de baixa estatura idiopática, ou seja, quando não se encontram causas específicas. Duas situações influenciam a baixa estatura idiopática: quando a altura padrão da família é baixa, especialmente a dos pais (baixa estatura familiar) ou quando há atraso constitucional do crescimento e desenvolvimento. Na segunda situação, o padrão da altura familiar não é baixo, a criança apresenta uma idade óssea atrasada e provavelmente apresentará um início tardio da puberdade. Na baixa estatura idiopática, a baixa estatura familiar e o atraso constitucional do crescimento e desenvolvimento poderão acontecer de forma separada ou ao mesmo tempo. A decisão sobre a necessidade do tratamento da baixa estatura e como ele irá ocorrer caberá ao endocrinologista pediatra, em conjunto com os familiares. No próximo artigo vamos falar sobre as opções de tratamentos para crianças com baixa estatura idiopática. Para saber mais: Artigo científico: Short Stature in Childhood – Challenges and Choices. Revista científica: The New England Journal of Medicine. Publicado em março de 2013.
Obesidade, resistência à insulina e diabetes do tipo 2 em crianças e adolescentes
Com o aumento da obesidade infantil algumas doenças, que antes eram praticamente exclusivas de adultos, estão ficando cada vez mais comuns entre adolescentes e crianças. A obesidade infantil pode levar ao desenvolvimento de hipertensão (pressão alta), dislipidemia (níveis de gorduras altos no sangue), problemas nos vasos sanguíneos, resistência à insulina e diabetes do tipo 2. O aumento de diabetes do tipo 2 em crianças e adolescentes tem sido alarmante: estudos científicos mostram que até 45% de casos novos de diabetes diagnosticados em crianças e adolescentes são de diabetes do tipo 2. O diabetes do tipo 2 é causado pela combinação de duas causas principais: 1) a produção insuficiente de insulina pelo pâncreas (órgão responsável pela secreção desse hormônio) e 2) a resistência à insulina. A insulina é um hormônio que auxilia a entrada da glicose (açúcar) do sangue para os tecidos do corpo. A resistência à insulina acontece quando o pâncreas está produzindo uma grande quantidade de insulina, mas os tecidos respondem cada vez menos à sua ação, se tornando resistentes à esse hormônio. A resistência à insulina é mais prevalente em crianças obesas e com sobrepeso do que em crianças com peso normal, e meninas parecem apresentar mais esse problema do que meninos. Entre os fatores que levam à resistência à insulina na infância e adolescência estão o sobrepeso e a obesidade, sedentarismo e uma dieta inadequada. Se a resistência à insulina não for revertida, a criança e o adolescente obeso/com sobrepeso estará em maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes do tipo 2. Para complicar, um aumento da resistência à insulina ocorre de forma natural durante a puberdade. Portanto, a puberdade pode aumentar a resistência à insulina de jovens obesos/com sobrepeso que já apresentam esse problema, aumentando o risco de desenvolverem o diabetes do tipo 2. Mas será que a criança ou adolescente obeso/com sobrepeso está “fadado” a ter complicações na vida adulta? A resposta é: não necessariamente, desde que este adulto não tenha desenvolvido até o momento atual um problema de saúde, como o diabetes! Um estudo com mais de 6 mil pessoas, que foram acompanhadas por cerca de 23 anos, mostrou que adultos com peso controlado, ainda que tenham sido obesos quando jovens, tem chances semelhantes às de adultos que nunca foram obesos de terem algum problema de saúde, como cardiovascular. Portanto, atenção: o comprometimento da família em estimular a criança a comer melhor e fazer exercícios físicos pode ser suficiente para reverter situações de obesidade/sobrepeso e de resistência à insulina. Quanto mais cedo houver a intervenção da família, melhor será o resultado na saúde da criança/adolescente e em sua vida adulta futura. Algumas referências utilizadas nesse texto: Diagnosis and treatment of obese children with insulin resistance. Tese de doutorado de Marloes P. van der Aa. Universidade de Leiden, de dezembro de 2016. P. Thota e colaboradores. Obesity-related insulin resistance in adolescents: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Revista científica: Gynecological Endocrinology, de janeiro de 2017. M. Juonala e colaboradores. Childhood Adiposity, Adult Adiposity, and Cardiovascular Risk Factors. Revista científica: The New England Journal of Medicine, de novembro de 2011. Cree-Green, M. e colaboradores. Etiology of Insulin Resistance in Youth with Type 2 Diabetes. Revista científica: Current diabetes reports, de fevereiro de 2013. Pulgaron, E. R. Obesity and Type 2 Diabetes in Children: Epidemiology and Treatment. Revista científica: Current diabetes reports, de agosto de 2014.
Efeitos do hormônio do crescimento (GH) em jovens após o término do tratamento
O hormônio do crescimento, conhecido como GH (do inglês growth hormone), é um hormônio essencial para diversas funções em nosso organismo, inclusive para o crescimento adequado durante a infância e adolescência. Em alguns casos, com a condução de um endocrinologista pediatra, é necessário que a criança receba o tratamento com GH para que cresça normalmente. Um dos efeitos que a reposição com GH poderá realizar em nosso organismo é diminuir a sensibilidade à insulina em tecidos periféricos(também conhecido como resistência à insulina), podendo causar um metabolismo inadequado da glicose, aumentado seu índices em nosso sangue (hiperglicemia). Uma pesquisa analisou se os efeitos do tratamento com GH na infância poderia prejudicar o metabolismo da glicose (açúcar no sangue) na vida adulta. Esta pesquisa analisou pessoas nascidas pequenas para a idade gestacional (PIG), e que foram tratadas com GH, a fim de buscar algum problema de saúde a longo prazo, que poderia estar associado ao tratamento prolongado com GH na infância e adolescência (aproximadamente 10 anos de tratamento). Esses jovens adultos tratados com GH foram monitorados no término do tratamento com GH e após 6 meses, 2 anos e 5 anos da interrupção do tratamento. Os pesquisadores descobriram que, após 5 anos de interrupção do tratamento, os jovens ganharam gordura em quantidade e distribuição semelhante às de jovens que não foram tratados com GH. Também foi observado que, de modo geral, os parâmetros que avaliavam a sensibilidade à insulina e o metabolismo de glicose melhoraram de forma significativa após o término do tratamento. Aquelas pacientes que tinha resistência à insulina foi revertida, o que reduz a preocupação com o desenvolvimento de Diabetes do tipo II. Essa pesquisa foi capaz de mostrar, com mais segurança, que o tratamento prolongado com GH não tem efeitos desfavoráveis na composição corporal e não parece aumentar a chance dos pacientes tratados com GH de desenvolverem Diabetes do tipo II. Apesar disto, deve-se monitorar os níveis de glicemia em todos os pacientes que fazem o tratamento com o GH. Mais detalhes dessa pesquisa em: Manouk van der Steen e colaboradores. Metabolic health of young adults who were born small for gestational age and treated with growth hormone, after cessation of growth hormone treatment: a 5-year longitudinal study. Revista: The Lancet Diabetes & Endocrinology. Publicado online em dezembro de 2016.
As emoções da adolescência e o controle do diabetes
No post anterior, falamos sobre a influência do diabetes nas emoções e socialização da criança e do adolescente. Agora, iremos falar um pouco mais sobre a adolescência. Essa é uma época delicada, pois os pais ou cuidadores devem transferir suas responsabilidades no controle da glicemia para o adolescente. Sabendo que esse é um assunto difícil, a Associação Americana de Diabetes faz algumas sugestões: Na adolescência, o cuidado com o diabetes pode diminuir, assim como a comunicação com os membros da família. Na tentativa de se encaixar em grupos de amigos, o adolescente poderá esconder ou diminuir seus cuidados com o diabetes, especialmente no ambiente escolar. Nesses casos, é importante que médicos, família e amigos ajudem o adolescente, promovendo atitudes de cuidado e compromisso com sua saúde. É preciso que os pais deleguem responsabilidades ao pré-adolescente ou adolescente conforme percebam que eles possuem uma maturidade adequada para isso. Transferir responsabilidades antes do tempo pode ocasionar um desequilíbrio no controle da glicemia. Converse com seu médico e inclua o pré-adolescente ou adolescente no diálogo sobre sua doença, para que eles possam, aos poucos, adquirir maturidade e comprometimento para a rotina de cuidados. Quando uma maturidade emocional for atingida, médico, família e adolescente podem desejar um ajuste nas condutas para o controle do diabetes. Com o passar dos anos, esse adolescente, em seu contexto familiar e social, irá adquirir desenvolvimento cognitivo para entender as consequências de seu comportamento sobre o diabetes e suas complicações. Assim como para qualquer outro aspecto da vida adolescente, manter uma relação de confiança com seu filho irá trazer benefícios, aumentando o controle da glicemia e possibilitando menos dificuldades ao lidar com as complicações do diabetes. Adaptado do artigo: Psychosocial care for people with diabetes: a position statement of the American Diabetes Association. Revista científica: Diabetes care. Publicado no volume 39, de dezembro de 2016. Acesse o artigo original: http://care.diabetesjournals.org/content/39/12/2126.
O controle do diabetes em crianças e adolescentes: aspectos emocionais e sociais
Texto num. 1 Pessoas com diabetes e seus familiares enfrentam muitos desafios para controlar a doença. Elas precisam cumprir tarefas diárias, com muita disciplina. A família, cuidadores, profissionais da saúde e amigos próximos precisam compreender e ajudar o diabético a cumprir seus cuidados. Se lidar com o controle do diabetes já é difícil para os adultos, imagine como é para as crianças e os adolescentes! Entendendo a complexidade desse assunto, a Associação Americana de Diabetes propôs algumas dicas para o cuidado psicológico e social de pessoas com diabetes, incluindo crianças e adolescentes: A família e os amigos do paciente devem respeitar os valores, necessidades e preferências do diabético. À medida que adquire maturidade, o paciente poderá demonstrar capacidade de decisão e conhecimento sobre as consequências de suas ações, sejam elas positivas ou não. Caso a pessoa não seja capaz de tomar decisões a respeito de sua saúde, uma pessoa próxima deve ser escolhida para agir em nome do diabético. O diabetes é uma doença influenciada por vários fatores. Nem sempre o comportamento do diabético é o responsável pela falta de controle de sua glicemia ou pelo aparecimento de complicações. Responsabilizar somente o paciente pode impactar seu estado emocional, atrapalhando o tratamento e o comprometimento do diabético com sua saúde. Algumas fases da vida do paciente jovem podem ser difíceis e, apesar de não terem relação direta com a doença, podem atrapalhar no controle glicêmico. Uma mudança de escola ou o divórcio dos pais, por exemplo, podem desequilibrar as emoções. Nesses períodos estressantes a criança ou o adolescente podem estar menos atentos ou menos dispostos a cuidar de sua saúde. Por isso, nesses momentos, tanto o médico, a família e os amigos devem estar atentos a mudanças de humor e comportamento e, especialmente, com os cuidados para manter a glicemia em níveis adequados. É importante que um profissional experiente observe se a criança ou adolescente está apresentando sinais de depressão, ansiedade, distúrbio alimentar ou outras situações de desequilíbrio emocional, relacionadas ou não à doença. Aproximadamente 1/3 dos adolescentes com diabetes tem dificuldades de lidar com sua situação, gerando estresse. Essas dificuldades emocionais devem ser tratadas para ajudar no controle do diabetes. Recomenda-se que se tenha atenção para esses sinais emocionais, principalmente, a partir dos 7-8 anos de idade. A dificuldade de lidar com o diabetes também afeta os pais ou cuidadores, que podem desenvolver estresse pela situação. Pais de diabéticos, especialmente dos portadores de diabetes do tipo I, são mais propensos à depressão, especialmente no período próximo ao diagnóstico. Portanto, os pais também devem ser monitorados e cuidar de sua saúde emocional. A criança e o adolescente, assim como todo paciente diabético, devem estar cientes de suas limitações e de sua situação. É preciso motivar a criança e o adolescente a terem atitudes que contribuem para o controle da glicemia. O senso de responsabilidade sobre sua saúde deve ser encorajado para que, no tempo certo, o adolescente possa assumir seus cuidados pessoais, com segurança e compromisso. No próximo post falaremos mais sobre as emoções e os aspectos sociais do controle do diabetes na adolescência. Continue nos acompanhando! Adaptado do artigo: Psychosocial care for people with diabetes: a position statement of the American Diabetes Association. Revista científica: Diabetes care. Publicado no volume 39, de dezembro de 2016. Acesse o artigo original: http://care.diabetesjournals.org/content/39/12/2126.
Ver televisão está engordando meu filho?
Os maiores de 30 anos que o digam: as crianças de hoje em dia perderam a “magia” da infância. Enquanto as crianças dos anos 80 e 90 eram bastante ativas, com muitas brincadeiras ao ar livre, hoje vemos uma grande tendência ao sedentarismo. Além do período extenso que as crianças passam sentadas e paradas nas aulas da escola, em casa também não tem sido diferente. Os jovens atuais passam bastante tempo na frente de telas eletrônicas, sejam de jogos, tablets, televisores, computadores e celulares. Ainda que eles tenham atividades ao ar livre, parece haver uma preferência pelas atividades eletrônicas… Será que isso tudo tem influenciado o peso e a saúde das crianças? Um estudo publicado por pesquisadores holandeses indica que sim. A pesquisadora Evi van Ekris, juntamente com outros colegas, procurou evidências da relação entre o comportamento sedentário na infância e adolescência e a piora de alguns indicadores de saúde. Seguindo o que encontrou na literatura cientifica, ela dividiu o sedentarismo em 4 hábitos principais: 1) assistir à televisão; 2) uso de computadores e jogos; 3) tempo em frente às telas eletrônicas e 4) sedentarismo medido de forma objetiva através de equipamentos que monitoravam movimentação e/ou postura. Em sua pesquisa a Dra. Ekris encontrou uma relação forte entre ver televisão e o sobrepeso/obesidade infantil. Um outro grupo de pesquisadores chineses já havia observado essa mesma tendência: o risco de obesidade infantil aumenta em 13% para cada hora a mais, por dia, que a criança passa em frente à TV! Além disso, o fitness cardiorrespiratório dessas crianças parece ser influenciado negativamente com o hábito de ver TV. O estudo holandês ainda encontrou que os níveis de colesterol HDL (o colesterol bom) estão baixos em crianças sedentárias. Portanto, atenção ao tempo que sua criança passa em frente à televisão e mídias eletrônicas! Que tal sugerir mais brincadeiras ao ar livre? Quer saber mais sobre essas pesquisas? Estudo holandês – Ekris e colaboradores. An evidence-update on the prospective relationship between childhood sedentary behaviour and biomedical health indicators: a systematic review and meta-analysis. Revista científica: Obesity Reviews. Publicado no volume 17, de setembro de 2016. Link para o artigo completo: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/obr.12426/full Estudo chinês – Zhang e colaboradores. Television watching and risk of childhood obesity: a meta-analysis. Revista científica: The European Journal of Public Health. Publicado no volume 26, de fevereiro de 2016. Link para o artigo completo: http://eurpub.oxfordjournals.org/content/26/1/13.article-info
A puberdade precoce dos filhos pode ser influenciada pelo início precoce da puberdade dos pais
A idade de início da puberdade depende de múltiplos fatores, sendo influenciada pelo estado nutricional, a etnia, aspectos sociais do convívio familiar, o metabolismo da criança, a exposição à desreguladores endócrinos e, notavelmente, pela herança genética. A puberdade precoce acontece quando há desenvolvimento de caracteres sexuais secundários antes de 9 anos em meninos e surgimento desses caracteres e/ou menstruação antes dos 8 anos de idade em meninas. Vários estudos têm procurado quais genes estão associados à puberdade precoce, mas essas pesquisas envolvem análises complexas e ainda não são conclusivas. Assim, pesquisadores estão investigando as famílias das crianças que apresentam esse diagnóstico, a fim de compreender qual a influência da herança genética sobre essa doença. Em um desses estudos, foram investigados 672 garotas e 846 meninos, juntamente com seus pais. Para isso, os pesquisadores enviaram um questionário, que foi respondido pelos pais antes da avaliação das crianças. Esse questionário perguntava: “o início da sua puberdade foi precoce, ao mesmo tempo, ou tardio, em comparação com seus colegas da época?”. Para as mães também foi perguntado a idade da primeira menstruação. Duas semanas depois, os filhos desses pais foram recebidos no consultório e os pesquisadores avaliaram a presença/ausência de vários caracteres sexuais secundários, que indicavam entrada na puberdade, além de início da menstruação nas meninas. A pesquisa mostrou que a idade média que as filhas tiveram sua primeira menstruação (quase 13 anos) foi menor do que a relatada pelas mães (13 anos e 2 meses), apoiando uma tendência que tem sido observada: a de que a puberdade está chegando mais cedo, especialmente para as meninas. Quando os pais relataram ter tido uma puberdade mais cedo do que seus colegas, a idade da primeira menstruação de suas filhas foi menor (cerca de 10 meses mais cedo), quando comparada à idade das filhas dos pais que relataram uma puberdade mais tardia. O aparecimento da puberdade mais cedo nas mães e nos pais também foi relacionada com a presença precoce de caracteres sexuais secundários tanto em filhos quanto em filhas. Essa investigação nos mostra a importância dos pais estarem atentos aos sinais de puberdade precoce em seus filhos, especialmente se eles mesmos apresentaram um início de puberdade mais cedo que seus colegas. No acompanhamento com um pediatra pode-se chegar a um diagnóstico e iniciar tratamento o quanto antes, evitando a menstruação precoce nas meninas, problemas comportamentais associados ao começo da puberdade em crianças muito jovens, além de tentar impedir que esse processo diminua a estatura-alvo de seus filhos. Ficou curioso sobre essa pesquisa? Leia o artigo original! Christine Wohlfahrt-Veje e colaboradores. Pubertal onset in boys and girls is influenced by pubertal timing of both parents. Revista científica: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Publicado no volume 101, de maio de 2016. Link para o artigo: http://press.endocrine.org/doi/abs/10.1210/jc.2016-1073.
Distúrbios da Diferenciação do Sexo (DDS) Menino ou Menina?
Das várias situações que podem configurar uma emergência pediátrica no recém-nascido, as ambiguidades genitais surgem como importância significativa tanto de imediato quando a longo prazo, numa situação de definição de sexo mal resolvido que acarretará prejuízos irreparáveis ao bem estar psicossocial do paciente. A apresentação clínica é extremamente variável. Assim, de início é importante reconhecer uma criança portadora de DDS com base nas seguintes condições: Ambiguidade genital óbvia Genitália aparentemente feminina com aumento do clitoris, fusão de grandes lábios ou massa inguinal/labial Genitália aparentemente masculina com ausência de testículos, micropênis, hipospadia perineal ou leve. Avaliar na família história de consangüinidade, história familiar de ambiguidade genital, ausência de menstruação ou infertilidade. Uso de medicações virilizantes ou feminizante na gestação, virilização maternal na gestação. Abaixo segue 12 SINAIS DE ALERTA para Distúrbios da Diferenciação do Sexo. 1. Ambiguidade Genital evidente 7. Genitália de aspecto feminino com gônada palpável 2. Genitália de aspecto masculino com micropênis. 8. Não concordância com sexagem fetal, US fetal e a genitália externa 3. Genitália de aspecto maculino com hipospádia ( abertura anormal da uretra, na parte abaixo do pênis) 9. Ausência de mamas aos 13 anos com FSH aumentado 4. Genitália de aspecto masculino com testículos não palpáveis 10. Ausência de menstruação até os 14 anos 5. Genitália de aspecto feminino com clitoris grande 11. História familiar de DDS 6. Genitália de aspecto feminino com fusão de grandes lábios parcial ou total 12. Infertilidade masculino com FSH aumentado Fique atento aos sinais, diagnóstico precoce é fundamental! Fonte: Menino ou Menina? Distúrbios da Diferenciação do Sexo.
Associação entre obesidade e resistência insulínica na Infância
Mas afinal o que é Resistência insulínica? A resistência insulínica é quando nosso corpo responde cada vez menos à presença de insulina, este hormônio que é produzido pelo pâncreas e que ajuda na absorção de glicose da corrente sanguínea para o interior da célula. Quem tem resistência insulínica precisa produzir mais insulina para as células conseguirem absorver a quantidade adequada de glicose. Os fatores de risco mais importante para ter resistência insulínica são a obesidade e sedentarismo. Alguns pacientes podem apresentar manchas escurecidas na nuca e axilas, conhecidas como “acantose nigricans”, sinal que pode representar a resistência insulínica. 6.6% das crianças não obesas terão resistência insulínica. 21.3% das crianças obesas não terão resistência insulínica. A resistência insulina é definida quando uma criança apresenta dosagem alta de insulina e de triglicerídeos no sangue, fatores que aumento o risco cardiovascular e de complicações na vida adulta. O estudo analisou 3.512 crianças, e concluiu que: Crianças não obesas, mas que possuem história de pessoas na família que têm Hipertensão Arterial, e/ou crianças com alto peso ao nascimento (> 4.0 kg), têm maior risco de terem resistência insulínica. Crianças obesas, com circunferência abdominal baixa, estão associadas à baixo risco para resistência insulínica. Portanto, considerando que crianças não obesas poderão ter resistência insulínica, deve-se considerar como critério para rastreamento de doenças metábolicas e de risco cardiovascular na população antes da puberdade, além das crianças acima do peso, as crianças que nasceram com peso superior a 4.0 Kg, ou que possuem história familiar de hipertensão arterial. Artigo adpatado de: Biochemical Characteristics and Risk Factors for Insulin Resistance at Different Levels of Obesity. Pediatrics 2013;131;e1211.
Revisão sistêmica sobre fatores de risco para sobrepeso na Infância
Estudo prospectivo analisou 30 artigos publicados no PubMed entre 1990 e 2011, com uma média de acompanhamento de 6 anos de estudo. Evidências sugerem que o peso da criança aos cinco anos de idade é um bom indicador à respeito da saúde futura da criança, e que a obesidade na infância aumenta a chance do desenvolvimento da obesidade na vida adulta. Doenças cardiovasculares, Diabetes tipo II, neoplasias relacionadas à obesidade, osteoartrite e distúrbios psicológicos são algumas das complicações associadas à obesidade. Os principais fatores de riscos significantes para sobrepeso infantil encontrados neste estudo foram: – Sobrepeso materno antes da gestação; peso infantil elevado ao nascimento; rápido ganho de peso infantil e fumar durante a gestação. Há um moderado fator protetor da amamentação durante o primeiro ano de vida. – SOBREPESO MATERNO PRÉ-GESTACIONAL: 03 estudos encontraram significativa associação entre sobrepeso materno antes da gestação e obesidade infantil, que variou entre 1,3 vezes a 4,2 vezes de aumento do risco associado. – PESO INFANTIL AO NASCIMENTO: 07 estudos identificaram peso elevado ao nascimento como um potencial fator de risco como obesidade infantil, sendo que um dos estudos apontou um risco aumentado em 2,3 vezes para bebês com mais de 4.0 kg ao nascimento. – RÁPIDO GANHO DE PESO: 06 estudos mostraram que um rápido ganho de peso no primeiro ano de vida está associado com o obesidade infantil. Um dos estudos demonstra que a cada 1 unidade de aumento no IMC da criança, entre o nascimento ao primeiro ano de vida, aumentou o risco de obesidade de crianças com 4 a 6 anos de idade em aproximadamente 2,2 vezes. – FUMO MATERNO DURANTE A GESTAÇÃO: 7 estudos foram analisados e reveleram que crianças nascidas de mães que foram fumantes regulares durante a gestação apresentam 47% maior chance de serem sobrepesas comparadas com crianças que as mães não fumaram durante a gestação. – INTRODUÇÃO A ALIMENTOS SÓLIDOS: 4 estudos reveleram associação entre introdução precoce de alimentos sólidos com sobrepeso infantil, sendo que um deles mostrou um risco 6,3 vezes maior da criança ser sobrepesa aos 3 anos de idade quando a introdução inicio antes de 4 meses de vida. – FATORES QUE NÃO HOUVERAM CONSENSO: Aleitamento materno (10 estudos foram analisados, cinco mostram o aleitamento materno como fator de proteção para obesidade infantil, e outros cinco não revelou associação significativa. Não foi encontrado associação com sobrepeso infantil com idade materna, escolaridade materna, depressão materna ou etnia. Artigo adaptado da fonte: Systematic review and meta-analyses of risk factors for childhood overweight identifiable during infancy. Arch Dis Child 2012;97:1019–1026.
Puberdade: Quando é considerado normal?
Classicamente, a idade cronológica normal para o início da puberdade é entre 8 e 13 anos em meninas, e entre 9 e 14 anos nos meninos, com base em dados epidemiológicos de estudos dos anos 60. No entanto, devemos considerar que a determinação da idade de ínicio da puberdade ainda é um desafio, visto que a puberdade é um processo multifatorial, que envolve genética, metabolismo, fatores sócio-econômicos, nutricionais e étnicos. Há evidências em novos estudos que os sinais iniciais da puberdade, principalmente em meninas, estão aparecendo hoje mais cedo do que nas últimas décadas. O início da puberdade, taxa de crescimento, e idade da menarca estão fortemente associados com a obesidade em ambos os estudos epidemiológicos e genéticos, sendo mais notadamente em meninas. Alguns fatores ambientais podem agir como desreguladores endócrinos, tais como pesticidas, ftalatos (presente em alguns cosméticos, embalagens plásticas de alimentos, tubos PVC e até brinquedos para crianças), bisfenol A (presente em produtos plásticos e algumas mamadeiras), fitoestrogênios (derivados de plantas) ou baixos níveis de estrógenos na alimentação, podendo alterar o tempo de início da puberdade, antecipando-a ou mesmo atrasando-a. Estudos sobre o início da puberdade na população brasileira é muito escasso. Um estudo epidemiológico com 655 meninas da cidade de Uberaba-MG, evidenciou que a idade da telarca (surgimento das mamas) variou de 7 a 12 anos, e da pubarca (presença de pêlos pubianos) variou de 7 a 13 anos. Curiosamente, as meninas negras tinham telarca e pubarca significativamente mais cedo do que meninas brancas, reforçando a influência da etnia. A educação dos pais aos seus filhos sobre a detecção de primeiro sinais da puberdade é essencial para o reconhecimento imediato da puberdade precoce. Foi demonstrado em estudos mais recentes (2012), que a menarca em meninas brasileiras antecipou 3,24 meses nos últimos 10 anos, em conjunto com um aumento da prevalência de obesidade. Outros estudos têm documentado que quanto maior o IMC (índice de massa corpórea), maior é a precocidade da puberdade. No entanto, não está claro se o aumento da adiposidade é a causa ou a consequência da puberdade precoce. Artigo adaptado de: Puberty: When is it normal? Para maiores informações acesse o artigo completo em: BRITO, Vinicius Nahime and LATRONICO, Ana Claudia. Puberty: When is it normal?.Arch. Endocrinol. Metab. [online]. 2015, vol.59, n.2 [cited 2015-05-18], pp. 93-94 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2359-39972015000200093&lng=en&nrm=iso>.
Uso abusivo de antibióticos na Infância é fator de risco para obesidade
Obesidade é um grave problema de saúde na atualidade, sendo que um em cada quatro crianças e adolescentes nos Estados Unidos são sobrepeso ou obesos. A obesidade está associado a complicações cardiometabólicas como o Diabetes Melitos tipo 2, hiperlipidemia, hipertensão arterial e outras consequências a longo prazo. Obesidade infantil está associado a vários fatores de risco, dentre elas pode-se citar; índice de massa corpórea (IMC) da mãe antes da gestação, hábitos nutricionais, atividade física, duração do sono, e tempo de tela (screen time). Um dos fatores notado pela Comissão de Prevenção à Obesidade Infantil foi a função da população microbactérias do intestino. A colonização bacteriana do intestino se inicia ao nascimento e é influenciado por uma série de fatores dietéticos. Evidências recentes sugerem que diversas bactérias podem extrair energia e influenciar no crescimento dos animais e humanos, sendo que o uso de antibióticos influenciam na diversidade microbacteriana da flora intestinal, principalmente quando em menores de 02 anos de idade. O estudo foi composto por 65.480 crianças com idade entre 0 a 23 meses, nos anos de 2001 a 2009, sendo analisado os prontuários eletrônicos quanto à exposição destes pacientes ao uso de antibióticos e algumas outras medicações. O uso de antibiótico foi a prescrição mais comum utilizada nas crianças com a faixa etária entre 0 a 23 meses, com 69% de pacientes com exposição em algum período nesta faixa etária. O estudo concluiu que o uso repetido de antibióticos, particularmente de amplo espectro, em menores de 23 meses é um fator de risco para obesidade no futuro. Antibióticos de pequeno espectro, recomendados como primeira linha do tratamento de determinada patologia, não estão associados à obesidade, mesmo após múltiplas exposições. Fonte: Adaptado por artigo publicado em JAMA Pediatric., 29 de Setembro de 2014. doi:10.1001/jamapediatrics.2014.1539.
O que fazer em casos de hipoglicemia e como evitar?
Queda de açúcar (Hipoglicemia) Identificação Sensação de tremores, fraqueza, fome, suor frio, nervosismo e/ou; Sonolência, dificuldade de raciocínio, confusão mental, agressividade ou desmaio. Geralmente ocorre quando a glicemia está abaixo de 60mg%. Em geral os sintomas acima acontecem ao mesmo tempo. O que fazer SE A PESSOA ESTIVER ACORDADA: Tomar um copo de suco de frutas com açúcar ou refrigerante não-dietético, ou água com açúcar, ou chupar duas a quatro balas não-dietéticas. SE A PESSOA ESTIVER DESMAIADA: Colocar açúcar ou mel (uma colher das de sopa cheia) entre a bochecha e os dentes. Não dê líquidos, não a force a abrir a boca e massageie a bochecha (provocando aumento de saliva, que derreterá o açúcar e fará com que ele seja engolido mais rapidamente). Quando a pessoa estiver acordando, dê suco de fruta, refrigerante não-dietético ou leite com pão ou bolachas, ou aplique uma ampola de glucagon (Glucagen) — metade da ampola, se for criança —, via intramuscular, endovenosa ou subcutânea (como se fosse insulina). Quando a pessoa acordar, faça com que ela coma algo. Atenção: Em hipoglicemias noturnas deve-se prevenir outra pessoa, que durma no mesmo quarto ou perto, sobre como agir em uma crise forte. Se tiver dúvida quanto à glicemia estar alta ou baixa, trate como se fosse hipoglicemia. Na hipoglicemia, tratada com açúcar ou glucagon, os sintomas melhoram após 10 a 15 minutos. Não continue comendo até passar a crise. Após comer o recomendado, espere 10 a 15 minutos; se ainda estiver com os sintomas de hipoglicemia, coma mais um pouco. Se tiver condições, meça a glicemia (com glicosímetro) após ter comido. “NÃO AGUENTE A CRISE” SEM COMER. ISTO É DANOSO PARA SUA SAÚDE. A SEGUIR, se a crise tiver sido muito forte, avise seu médico. Para evitar hipoglicemia O que fazer Manter os horários das refeições. Não pular refeições. Tentar não variar muito, os tipos e as quantidades de alimentos em cada refeição. Como fazer Comer de três em três horas (quando estiver usando insulina ou hipoglicemiantes orais). Comer antes das atividades físicas. Se o exercício for pouco intenso, comer pouca quantidade (uma fruta, um copo de leite); se o exercício for intenso, comer mais do que isso (por exemplo, um copo de leite + fruta ou um sanduíche pequeno, etc.) Se estiver usando insulina, quando for fazer exercícios que mexam muito as pernas aplique insulina nos braços; se também for mexer muito com os braços, aplique insulina na barriga. Atenção Após a crise de hipoglicemia às vezes ocorre aumento exagerado da taxa de açúcar no organismo, principalmente quando se demora a combatê-la, preferindo “aguentar a crise” , ao invés de comer, ou quando se exagera na comida, para tentar se livrar logo da crise. Avise seu médico se as crises forem freqüentes. Marque o horário da ocorrência dessas crises. Para evitar hipoglicemia durante os exercícios físicos Identificação Hipoglicemia (queda de glicemia) durante o exercício físico. Sensação de fraqueza, tremores, fome, suor profuso e palpitações, durante ou após exercício físico e esportes. Hipoglicemia pode ocorrer quando se faz uma atividade física (exercícios, esportes, trabalho físico pesado). O que fazer Parar a atividade física imediatamente e comer um alimento doce ou tomar um líquido adoçado com açúcar. Comer alguma coisa antes da atividade física. Caso já tiver se alimentado antes do exercício, não é necessário fazê-lo novamente. Se a atividade física for muito longa, durando horas, comer um lanche leve (quatro a seis bolachas salgadas, uma fruta grande, ou um copo de leite ou um suco de frutas), no meio da sessão de exercícios. Atenção A atividade física pode causar queda de açúcar no sangue. Essa alteração pode ser muito severa, com risco de desmaio ou até de coma. Ela pode ocorrer com qualquer atividade física. Para evitá-la, alimente-se antes do exercício físico. Isto não deve ser um obstáculo para o exercício físico; faca-o sempre que possível, pois a atividade física melhora o controle do diabetes. Glucagon Uma das condições mais preocupantes na saúde de um diabético é a hipoglicemia. A hipoglicemia pode ser combatida rapidamente com um copo de suco de laranja com açucar. O problema é quando a pessoa desmaia e fica inconsciente por causa da hipoglicemia. Nesse momento, podemos procurar um hospital rapidamente para que a pessoa com diabetes, que está desmaiada em “coma hipoglicêmico” tome uma injeção de glicose endovenosa ou podemos tratar a hipoglicemia em casa com uma injeção de glucagon. O glucagon, é um hormônio que faz a ação oposta da insulina, aumentando os níveis de glicose no sangue e geralmente resolve as crises graves de hipoglicemia quando a pessoa está em coma e não consegue se alimentar. No Brasil, temos só uma apresentação comercial do Glucagon cujo nome comercial é Glucagen®, fabricado pelo laboratório NovoNordisk. A seguir imagens de como aplicar glucagon. Verifique a data de validade e mantenha a medicação na geladeira. Embalagem aberta Contém uma seringa com água destilada e uma ampola de glucagon em pó Primeiro passo: Misturando o glucagon em pó com a água destilada Retire a capa que recobre a agulha da seringa e injete toda a água destilada no frasco de glucagon em pó. É importante que você agite bastante o frasco para que todo o pó se dilua na água. Segundo passo: Aspirando o glucagon já preparado para aplicar Depois que todo o pó se diluiu, aspire novamente com a mesma seringa todo o conteúdo do frasco. Terceiro passo: Aplicando o glucagon. Aplique a medicação da mesma forma que se aplica a insulina. Também pode ser aplicado via Intramuscular – sua ação é um pouco mais rápida. As doses são para crianças pequenas ½ frasco Para adolescentes e adultos 1 frasco Autor: Walter Minicucci Fonte: Manual “Diabetes: O Que Fazer em Situações Especiais”
10 Coisas Que Você Precisa Saber Sobre Diabetes e Viagem
Ao viajar, sendo diabético, é necessário que se tome alguns cuidados específicos. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia preparou aqui uma lista com dicas do que se deve fazer e como se programar para viajar tendo diabetes. 1) Fazer um teste de Glicemia (ponta de dedo) antes de sair de casa para saber como está seu nível de glicose no sangue. 2) Leve sempre seu glicosimetro com tiras reagentes, lancetas, lancetador, sachês de álcool e pilhas extras. Estime o que for usar de medicamento e insumos, em toda a viagem, e leve no mínimo em quantidade suficiente para dois dias a mais do que o tempo total previsto, em sua bagagem de mão. 3) Se estiver de carro, pare a cada três ou quatro horas para fazer o teste de glicemia ou quando suspeitar de hipoglicemia. Aproveite para esticar as pernas e caminhar um pouco. 4) Mantenha um suprimento de lanches, caso haja um atraso inesperado nas refeições. Se estiver de carro ou ônibus, por exemplo, problemas no veículo ou engarrafamentos podem acontecer. Leve, então, suco de caixinha, bolachas, barra de cereal e ou sachês de glicose no porta luvas ou na mochila. 5) Se você estiver dirigindo e identificar sintomas de hipoglicemia, saia da estrada e espere até que os níveis de açúcar no sangue voltem ao normal e os sintomas parem. Quando a viagem for de avião, e ainda mais para o exterior, existem cuidados mais específicos: 6) Converse com o seu médico para que possa adequar o tempo de viagem, o fuso horário e as peculiaridades da região para onde vai com as suas doses e necessidades de insulina. Leve com você um relatório de seu médico (em português e inglês) explicando que você tem diabetes e que estará com medicamentos e insumos (como insulina, lancetas, seringas, canetas de aplicação de insulina) em seu poder para controle do diabetes. Peça ao seu médico para destacar o CID (Código internacional de Doenças) em sua declaração e mantenha-a com seus documentos como o Passaporte ou identidade. 7) Tenha receita para os seus medicamentos e insumos (também em português e inglês). Insulina, seringas, fita reagente, em sua bagagem de mão. 8) Tenha cópias duplicadas da receita e do relatório médico. O relatório médico e a receita são tão importantes quanto seu Passaporte, RG, CPF. Mantenha uma lista de medicações que você esteja carregando juntamente com esses documentos para agilizar a passagem pelas alfândegas. 9) Se durante o vôo necessitar medir sua glicemia explique rapidamente a quem estiver ao seu lado o que fará. 10) Tente evitar ficar sentado por longos períodos. Se possível, tome um assento no corredor para esticar as pernas, e quando possível andar pelo corredor. Fonte: SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)
Conheça mais sobre a insulina inalável (Afrezza)
Uma nova fórmula de insulina por via inalatória foi aprovada pelo FDA (órgão dos EUA que controla alimentos e medicamentos) em Junho de 2014, chamada Affreza. Afrezza é um medicamento que é inalado, e que chega à circulação através dos pulmões, e assim ajuda no controle da glicemia nos momentos das refeições. O FDA aprovou o tratamento do Diabetes tipo I e tipo II. É um subtipo de insulina em pó de ação ultra-rápida. O pico do nível de insulina na corrente sanguínea é em torno de 12 a 15 minutos após a administração. Nos pacientes com diabetes tipo I, é necessário a utilização associada da insulina de absorção lenta. Na caixa do medicamento, há um alerta explicando que o Affreza pode causar constrição de vias aéreas em pacientes com DPOC ou Asma. Os pacientes com estas doenças não podem utilizar a medicação. Pacientes fumantes e aqueles que recentemente pararam de fumar (menos de 06 meses) também devem evitar o medicamento. Antes da utilização de Afrezza, é necessário um exame clínico detalhado e espirometria, para afastar potenciais doenças pulmonares em todos os pacientes. As mais comuns reações adversas associadas ao medicamento (cerca de 2%) são hipoglicemia, tosse, irritação/dor de garganta. Esta insulina inalável foi desenvolvida pela empresa MannKind, e ainda não foi lançado no Brasil, o que provavelmente deve ocorrer a partir do primeiro trimestre de 2015, e chegar no Brasil a partir de 2016. Aproximadamente $1.8 bilhões foram gastos para o desenvolvimento desta medicação. Antes da liberação desta medicação, foi comercializada entre 2005 e 2007, uma outra insulina inalável chamada Exubera, da empresa farmacêutica Pfizer. Entretanto, esta medicação foi retirada do mercado por falta de aceitação do público, provavelmente relacionado à falta de praticidade da medicação, que era do tamanho de uma lata de refrigerante e pelo elevado preço. Infelizmente, ainda não se sabe se é uma medicação segura para pacientes com menos de 18 anos, portanto indicado somente para adultos.