O diagnóstico do hipotireoidismo é feito pelo exame físico e dosagens dos hormônios da tireóide. O tratamento é realizado através da reposição hormonal com levotiroxina sódica, para a qual existem vários nomes comerciais, porém recomenda-se sempre manter o paciente com a mesma apresentação comercial durante o período de ajuste de dose. Esse medicamento deve ser tomado diariamente em jejum.
Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo, existem muitos pacientes portadores da disfunção da tireoide que não apresentam esta queixa. O ganho de peso quando ocorre é pequeno, de aproximadamente 2Kg, e o tratamento reverte totalmente este efeito do hipotireoidismo.
No hipotireoidismo ocorre diminuição da produção dos hormônios da tireóide. Estes hormônios estimulam o funcionamento de todas as células do corpo. Portanto, no hipotireoidismo todas as células estarão trabalhando menos, consequentemente o consumo de energia será menor em relação ao que era antes da instalação da doença. Como todas as células trabalham menos a pessoa com hipotireoidismo raciocina mais lentamente, fala mais lentamente e se move mais lentamente.
Isto também representa uma diminuição do consumo de energia. Sendo assim, em resumo, podemos dizer que a necessidade energética da pessoa com hipotireoidismo se encontra diminuída, devido ao menor consumo interno e também ao menor gasto em atividades.
A tireoide é uma glândula que regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Ela produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Dessa forma, garante o equilíbrio do organismo. A glândula possui forma de borboleta (com dois lobos) e se localiza na parte anterior do pescoço, logo abaixo do Pomo de Adão.
Ela atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional. Quando a tireoide não funciona corretamente, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente (hipotireoidismo) ou em excesso (hipertiroidismo). Nos dois casos, o volume da glândula aumenta, o que é conhecido como bócio. Esses problemas podem ocorrer em qualquer etapa da vida e são simples de se diagnosticar.
O hipotireoidismo é uma doença onde ocorre uma diminuição da produção dos hormônios da tireóide, T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina). A tireóide é responsável pelo controle de muitas funções no nosso corpo. As manifestações clínicas do hipotireoidismo dependem principalmente da intensidade da deficiência hormonal e da idade em que essa deficiência se manifestou. Assim, quando a deficiência é importante e surge durante o período de vida intra-uterino, o recém-nascido pode apresentar aumento da língua, hérnia no umbigo, pele amarelada, aumento da tireóide e ainda dificuldades para sugar o peito materno. A falta do hormônio tireoideano durante o período de vida fetal e nos primeiros anos de vida tem conseqüências graves para o desenvolvimento da criança, podendo levar a um retardo mental permanente, o que é minimizado pela reposição precoce do hormônio. Por isso, todo o recém nascido, mesmo sem qualquer suspeita, deve excluir o hipotireoidismo através do teste do pezinho.
Já na criança, a doença pode se manifestar por pele seca e áspera, pálida ou mesmo amarelada, sonolência, prisão de ventre, diminuição da velocidade do crescimento e do rendimento escolar, aumento de peso.
A maioria dos adultos pode não apresentar queixas quando o hipotiroidismo é leve. No entanto, dependendo da gravidade da doença, o paciente pode manifestar queixas de pele seca, unhas quebradiças, queda de cabelos, intolerância ao frio, inchaços, prisão de ventre, fraqueza, desânimo, sonolência, lentidão e aumento do colesterol no sangue. Se o hipotireoidismo não for tratado e a deficiência do hormônio se agravar muito, o paciente pode apresentar o coma mixedematoso, uma situação extrema que requer internação e tratamento imediato.
O hipotireoidismo é confirmado pelo exame físico e pelas dosagens hormonais no sangue. Exames adicionais de sangue e exames de imagem são necessários para identificar-se a causa do hipotireoidismo. Na maioria das vezes, o hipotireoidismo é causado por uma inflamação denominada Tireoidite de Hashimoto, uma disfunção autoimune. Por consequência, o organismo produz anticorpos que danificam a tireoide, diminuindo sua capacidade de produção dos hormônios, levando ao hipotireoidismo.
A puberdade é um processo natural de maturação biológica que acontece normalmente nas meninas entre os 8 e os 13 anos e nos meninos entre os 9 e os 14 anos. Nas meninas, o aparecimento de sinais como mamas, pêlos pubianos, muita altura, e menstruação antes dos 8 anos, pode representar um quadro de puberdade precoce. Nos meninos, aumento dos testículos e o surgimento de pêlos pubianos indicam a possibilidade desta condição.
O tratamento de puberdade precoce visa evitar a menstruação precoce em meninas e possíveis transtornos psicológicos e de comportamento associados a esse desenvolvimento sexual precoce e, em ambos os sexos, evitar uma baixa estatura devido a maturação óssea acelerada que ocorre na puberdade precoce.
Não. Entretanto, quando ocorre a menstruação a menina já está na fase final do estirão puberal, apresentando uma diminuição do crescimento até a sua finalização. Embora varie de pessoa para pessoa, as meninas ainda crescem, em média, 06 cm após a primeira menstruação, em um período de 02 a 03 anos.
Puberdade atrasada é quando não há caracteres sexuais secundários após os 13 anos em meninas e após os 14 anos em meninos. O atraso puberal também deve ser considerado naqueles que iniciam a puberdade em tempo normal, mas não completam o seu desenvolvimento.
Puberdade é o período de transição entre a infância e a vida adulta, caracterizado pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários, aquisição da função reprodutiva, aceleração do crescimento e modificações psicológicas. O aparecimento desses caracteres antes dos 8 anos de idade nas meninas, e 9 anos em meninos, caracteriza precocidade sexual! Nas meninas, primeiro sinal é o aparecimento de mamas e nos meninos, aumento do tamanho dos testículos!! Fique atento caso seu filho manifeste algum sinal precoce!!!
O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus. Como basal entende-se uma secreção constante de insulina que permanece em níveis baixos no sangue o tempo todo e é produzida em forma de ‘gotas contínuas’, mantendo a liberação de glicose para as células do organismo; enquanto o termo bolus, se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade, como por exemplo às refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue. No paciente com diabetes tipo 1, tentamos simular através das aplicações de multiplas doses, esse padrão basal-bolus que ocorre normalmente no nosso corpo. Como o paciente com diabetes tipo 1 não produz insulina, essa é a forma mais fisiologica para o melhor controle glicêmico.
As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias são utilizadas para proporcionar ação semelhante a esses bolus de insulina, que ocorrem na fisiologia, necessários principalmente às refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária (NPH) e lenta (análogos) atuam de forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas em 1 ou 2 aplicações diárias (Glargina, Levemir e NPH), ou até 3 vezes ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente “basal” da insulinização. É por isso que, para um bom tratamento com insulina, seguro e eficaz, minimizando o risco de hipoglicemias, usa-se várias aplicações diárias de insulina, no esquema assim conhecido como basal-bolus.
Quanto melhor o controle glicêmico menor o risco das complicações do Diabetes. Pacientes com diabetes Tipo 1 na maioria das vezes precisam de um programa terapêutico que libere tanto a insulina basal quanto a bolus, no seu tratamento, que portanto em geral é feito de maneira intensiva, ou seja, envolvendo 3 ou mais aplicações diárias de insulina.
Ser pequeno para idade gestacional (PIG) ao nascer pode ser resultado de diversos fatores que incluem problemas fetais, da placenta, fatores maternos e ambiental. É geralmente diagnosticado quando o peso e/ou comprimento ao nascimento varia pelo menos 2 desvios-padrão abaixo da media para idade gestacional.
O crescimento de uma criança é multifatorial, vários aspectos estão envolvidos no crescimento e sua capacidade de atingir o máximo do seu potencial de estatura. A atividade física leve a moderada tem efeito benéfico sobre o crescimento estatural e o desenvolvimento ósseo, enquanto a atividade física intensa atenua o crescimento, podendo causar atraso puberal e diminuição da mineralização esquelética. Converse com seu médico para avaliar a melhor atividade para seu filho.
No primeiro ano de vida as crianças crescem em média 25cm; no segundo, 12cm; no terceiro ano entre 7-8cm e a partir do quarto ano entre 5-7cm ao ano. Antes de entrar em puberdade elas desaceleram um pouco, o que é normal, e na puberdade a velocidade de crescimento pode chegar a 10-12cm ao ano. Após essa fase, o ritmo de crescimento diminui lentamente, até finalizar o crescimento.
Nos primeiros dois anos de vida a nutrição é o fator que mais interfere no crescimento. A partir dessa idade os fatores genéticos (como as alturas dos pais) passam a ter maior influência na determinação da estatura da criança. O crescimento também é influenciado pela alimentação, atividade física, doenças, uso de medicamentos e fatores psicológicos
Uma criança tem baixa estatura quando cresce abaixo da última linha do gráfico ou está desacelerando sem motivo, saindo da faixa esperada para sua família. Estas situações devem ser investigadas cuidadosamente pelo pediatra ou endocrinologista pediátrico.
Na maioria das vezes a criança é baixa, mas é absolutamente normal: a baixa estatura ocorre por ela ter pais baixos ou por ter um crescimento mais lento, mas com uma estatura final normal (próxima à linha inferior do gráfico). Nessas situações, geralmente apenas se acompanha o crescimento. Quando a investigação mostra que a baixa estatura resulta de alguma doença, ela deve ser tratada. São várias as causas de um crescimento deficiente, como desnutrição, erros alimentares, e qualquer doença crônica tem potencial para prejudicar o crescimento normal, incluindo as síndromes genéticas (como nas síndromes de Turner e de Noonan), crianças que nascem muito pequenas e não recuperam seu canal de crescimento até os 2 anos de idade, deficiência do hormônio de crescimento, hipotireoidismo, entre outras situações. Crianças baixas “normais” apresentam resposta variada quando utilizam o hormônio de crescimento, geralmente inferior às crianças com deficiência comprovada. Para a maioria das causas existe um tratamento específico, definido pelo pediatra ou pelo endocrinologista pediatra que a acompanha. Entretanto, há síndromes genéticas que não respondem a nenhum tratamento conhecido até hoje.
O crescimento é um processo bastante dinâmico que inicia na concepção e se estende até a vida adulta, ocorrendo em intensidades variáveis nas diferentes fases da vida de uma criança e de um adolescente. Cada pessoa irá crescer enquanto seus ossos tiverem cartilagens de crescimento não calcificadas, independentemente da idade cronológica que ela apresente. O amadurecimento e a calcificação destas cartilagens de crescimento dependem principalmente da puberdade. Tomemos como exemplo dois jovens de mesma idade cronológica, porém em diferentes estágios de puberdade: aquele com um desenvolvimento mais avançado da puberdade provavelmente terá as cartilagens mais calcificadas e mais próximo de parar de crescer do que o outro que está apenas na fase inicial da puberdade. Da mesma maneira, uma menina de 10 anos de idade que esteja com as mamas desenvolvidas, com pêlos pubianos e já apresentou a primeira menstruação deve parar de crescer antes do que uma menina de 12 anos de idade que esteja apenas iniciando o desenvolvimento mamário. Este grau de amadurecimento das cartilagens pode ser avaliado com uma radiografia das mãos e dos punhos para avaliação da “idade óssea”.
Há diferença entre meninos e meninas. Nos meninos, a puberdade e o estirão de crescimento começa em média 2 anos mais tarde do que nas meninas. Essa “demora” prolonga o crescimento antes da puberdade, que associado com um estirão mais intenso e um período de crescimento mais prolongado no sexo masculino, resulta que os homens sejam em média 13 cm mais altos que as mulheres.
O tratamento de reposição (substituição) com GH está indicado em todo indivíduo, independente da faixa etária, que apresente deficiência da produção de GH pela hipófise. A deficiência de GH pode ter início na infância (nanismo hipofisário) ou na vida adulta, consequente, por exemplo, de um tumor da hipófise. Na infância, o GH também pode ser benéfico na baixa estatura em meninas com Síndrome de Turner, em crianças nascidas pequenas para a idade gestacional, nos portadores da Síndrome de Prader-Willi, em crianças com insuficiência renal crônica, entre outros.
O tratamento com GH é feito através de injeções diárias, aplicadas ao deitar, por via subcutânea (isto é, na gordura) nas coxas, braços, nádegas ou abdome. Não existem preparações em formas de comprimidos, sprays, supositórios ou adesivos.
O crescimento é multifatorial. Uma criança cresce bem quando os fatores hormonais, nutricionais, ambientais, psicossociais estejam adequados. Na avaliação do crescimento de uma criança é necessário o acompanhamento do paciente, verificando se o mesmo se encontra no padrão de crescimento familiar (estatura-alvo) e se apresenta velocidade de crescimento compatível com a idade. Se seu filho apresenta uma velocidade de crescimento adequado, e encontra-se dentro do padrão familiar, provavelmente, seu filho cresce bem.
Idade óssea é um método de avaliação de crescimento da criança. Com ele, avaliamos a maturação óssea que o paciente se encontra. É feito pela radiografia das mão e punhos e analisamos através de uma atlas específico, verificando se a mesma encontra-se atrasada, compatível ou avançada.
Baixa estatura é definida quando a criança cresce abaixo de -2DP ou abaixo do Percentil 3 na curva de crescimento que é utilizada nas consultas para avaliação do paciente. Deve-se atentar também para toda criança que apresenta desaceleração de crescimento em relação ao percentil (estatura-alvo) dos pais ou criança que estejam crescendo abaixo do percentil dos pais (estatura-alvo).
A avaliação da idade óssea é realizada para verificar o desenvolvimento ósseo da criança, ou seja, seu grau de amadurecimento ósseo. É feito através do Raio-X de mão e punho esquerdo. Através da idade óssea, pode-se ter uma melhor idéia do tempo que ainda resta para uma criança ou adolescente crescer. A idade óssea pode ser diferente da idade cronológica, nem sempre representando um problema de saúde. O exame geralmente é parte da avaliação do crescimento e desenvolvimento sexual. Idade óssea atrasada até 2 anos, em uma criança que não tem problemas de saúde e cresce bem, significa que a mesma irá atrasar a entrada na puberdade, finalizando o crescimento em idade cronológica maior que as outras crianças. Já, uma idade óssea avançada, é necessário avaliação adequada, pois em alguns casos, pode-se ter uma quadro de puberdade precoce que necessitará tratamento.
O crescimento de uma criança é influenciado pelo potencial genético adquirido dos pais, associado a fatores que também agem no crescimento adequado como os fatores nutricionais, ambientais e ausência de doenças crônicas. A estatura-alvo pode ser calculada somando a altura do pai e a altura da mãe, dividindo o resultado por 2. Para as meninas, subtrai-se a este valor 6,5 cm, e para os meninos soma-se 6,5cm. Este resultado será o padrão familiar, desde que os pais não tenham doenças que possam ter afetado o crescimento.
A hiperplasia adrenal congênita é uma doença genética que afeta a adrenal, glândula situada em cima dos nossos rins. A adrenal é responsável pela formação do cortisol, aldosterona e andrógenos. Para a formação destes hormônios, necessitamos de algumas enzimas que ajudam na sua produção. Na hiperplasia adrenal congênita, ocorre uma deficiência de alguma dessas enzimas, levando à deficiência do cortisol e o conseqüente acúmulo dos outros hormônios.
A sua forma mais comum é causada pela deficiência da enzima 21-hidroxilase, responsável por até 95% dos casos. Esta pode ser perdedora ou não de sal. Caso seja a forma perdedora de sal, necessita de tratamento urgentemente.
O diagnóstico precoce da doença é fundamental para evitar as graves consequências metabólicas e psicológicas.
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico e pela dosagem de hormônios específicos (17-OH-progesterona, androstenediona e testosterona), que se encontram persistentemente elevados.
No diagnóstico, as meninas apresentam ao nascimento ambiguidade genital, devido ao excesso de hormônios masculinos que virilizam a genitália externa. Dependendo da deficiência enzimática, podemos encontrar desde um aumento de clitóris a uma genitália totalmente masculina, porém, sem a presença dos testículos. E este fato, caso não diagnosticado, pode induzir a classificar a criança como sexo masculino. Já os meninos, geralmente podem não ser diagnosticados ao nascimento, apresentando um quadro de virilização posterior, porém, quando se trata da forma perdedora de sal, ocorre um quadro de desidratação com 2 semana de vida, que se não tratado pode levar ao risco de morte.
Desta forma, crianças com ambigüidade genital, com crescimento excessivo, ou com manifestações precoces de excesso de hormônios sexuais (acne, crescimento peniano, desenvolvimento de pêlos pubianos, etc) devem ser investigadas para hiperplasia congênita das adrenais. Somam-se ainda os lactentes com o quadro de desidratação, déficit de peso, hipovolemia e choque.
É necessário um diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento adequado desses pacientes.